O casamento na Grã-Bretanha segue a receita do conto de fadas. Um príncipe junta-se a uma plebéia, modificando sua existência. Em torno a multidão acumula-se como massa de um espetáculo comercial. O objetivo secular é promover o culto aos poderosos. Realeza, nobreza e clero permitem deixar-se ver, em fórmula adotada desde a França de Luís LIV.
Vitor Hugo autor do célebre romance "Os Miseráveis" aborda de forma ingênua esse olhar. "Eles não entendem que o consumo suntário dos mais ricos é que lhes dá trabalho e emprego". Um tempo depois, porém, essa maneira de entender murcha e a faísca do olhar dos pobres sobre o luxo dos ricos o modifica. Vitor Hugo foi o maior responsável pela difusão da preocupação com a miséria.
James Joyce professa sua fé política contrária as monarquias constitucionais ou não. Define os reis como saltimbancos e questiona se as monarquias eram desejáveis por direito divino? A principal obra "Ulisses" inspira-se na filosofia de Vico e segue vigorosamenete as quatro fases que o italiano atribuiu ao destino de toda sociedade: a teocracia, a aristocracia, a monarquia e a anarquia.
A realeza constituiu-se pela exploração da miséria humana. Hierarquia, temor, medo, sociabilidade e etiqueta são velhas fórmulas que se repetem de Londres ao Maranhão.