Jean Paul Sartre recusou o Nobel de Literatura. Ato continuo escreveu a autobiografia "As palavras"- "ninguém merece a glória dos seus vivos". O que Sartre queria com a recusa? Manter-se independente das instituições de controle.
Nauro Machado não aceitou a imortalidade na Academia Maranhense de Letras. Todavia participou da reinauguração de praça com seu nome. Nauro que vi tremular bandeira, gritando Brizola sai do isolamento e volta as ruas.
Sarney mais rancoroso de que Lúcifer escreve com a "asa quebrada" - "O Maranhão está triste sem Roseana". Sarney caiu do céu político, sem a glória literária esperada, mas eternamente esperançoso do poder pela volta da filha/neto.
Sarney embriagado pela senilidade/decrepitude/ rancor/ ódio/ vontade de poder orquestra o caos na Segurança/Educação enxergando em 5 meses o que não viu em 50 anos. Por fim quer recriar um projeto do seu governo- uma fábrica de tiquira.
Ribamar Corrêa, o Repórter do Tempo, ex-Mirante começou o serviço- Corrêa tenta criar clima de "desnecessária polêmica entre Flávio Dino/Adriano Sarney". Dino diante do cheiro de cachaça anuncia o fim das escolas João de Barro.
Essa cachaça é da "péssima".
"Minha rotina começa pela leitura diária, cedo, de O Estado do Maranhão, que eu e Bandeira Tribuzi fundamos para dar ao Maranhão um bom jornal, que fosse um informativo moderno, no mesmo nível dos melhores jornais do país, em contraste com os pasquins que desserviram a cultura e os costumes locais. Estes se entregavam à mentira, à difamação, ao mexerico, e, a título de serem populares, nada mais foram do que vulgares, ladeando a imprensa marrom.
O Estado, hoje, com mais de 50 anos, é o maior jornal do Maranhão, com alto nível técnico, e detém o apoio de mais de 70 por cento de leitores de jornais no estado. Está cada vez melhor e, ligado às tecnologias digitais, integrado ao Grupo Mirante, é pauta para toda a comunicação do Maranhão. Para isso, dispõe de uma equipe altamente qualificada e responsável, dando mais de 700 empregos a famílias que trabalham e recebem alto respeito profissional e humano.
Isso desperta inveja e agora perseguição, daquelas que existiam há um século e que julgávamos que jamais voltariam. Todos sentem que o Maranhão engatou marcha a ré e o mês de junho, mês da alegria em que os sons do bumba meu boi enchiam os dias, as noites e as madrugadas, está com um ar de tristeza, a começar com a morte de Mestre Apolônio. As notícias são de que a segurança degringolou de vez: 61 homicídios, no mês passado, só em São Luís; a Penitenciária, que se anunciava como um exemplo de respeito aos direitos humanos, continua com seus problemas insolúveis; 24 bancos foram explodidos; e o medo assola as famílias do estado inteiro. O governo está mandando buscar os poucos policiais dos municípios do interior para a capital para ver se diminui os índices de medo e de aumento de grades de ferro para proteger as casas, única indústria que prospera.
Aliás, corrijo, prospera a indústria do ódio e da perseguição, com cada vez mais – milhares e milhares – de pessoas demitidas por razões politicas, levando a fome às famílias. Também os aviões voltam a ser contratados, engolindo as críticas e promessas feitas de que iam acabar com isso, naturalmente sonhando andar a pé ou de ferry-boat.
Um fenômeno que está sendo nacional é que os candidatos que enganaram o povo, prometendo o que não fariam e vendendo sonhos e promessas impossíveis, autores de um estelionato eleitoral, estão na desgraça da impopularidade. Em vez de falar a verdade, unir, evitar o ódio, partiram para tentar justificar o fracasso atirando pedras nos seus antecessores.
Mas nem tudo é má noticia. Leio que o professor Francisco Albuquerque, da UFMA, conseguiu melhorar a tiquira, essa bebida tão maranhense, que eu servia na minha casa, quando cheguei como deputado ao Rio de Janeiro, com um sucesso danado. Carlos Lacerda, num jantar no meu apartamento na Rua Bolívar, tomou meia garrafa e eu recomendei: nem passe debaixo de chuveiro – havia a crença de que quem bebesse tiquira e tomasse banho ficaria num pileque alucinado.
Fico satisfeito com o trabalho do professor Francisco e recordo que, quando fui eleito governador, com o entusiasmo de Joaquim Itapary, sonhamos transformar a tiquira numa bebida mundial, com aquele odor mágico, aquela cor azulada e aquele gosto de maniva civilizada. Seria a tequila brasileira. A primeira coisa do nosso plano foi mandá-la para análise do Instituto Agronômico de Campinas, para dar-lhe padrão internacional. Qual não foi nossa decepção quando voltou o resultado: um liquido branco, sem cheiro, totalmente sem charme. Dizia o laudo: “O azul, o cheiro e gosto são toxinas”. Retirados estes, a tiquira era álcool puro.
Em São Bento, nossa casa era perto de uma fábrica de tiquira, com aqueles tanques grandes de madeira, bolor fermentado do beiju e o cheiro bom espalhando-se pela rua inteira. O bolor, para aumentar a magia da tiquira, é cor de rosa. Servia para cicatrizar feridas deixadas pelas cangalhas nas costas dos burros.
Eita mundo que muda. Tudo isso morreu. E agora minhas crenças na tiquira renascem com as pesquisas do professor Francisco. Talvez possamos fazer voltar a cor, o cheiro, o gosto e matar nossas saudades.
Enquanto isso não chega, tome cuidado, a violência matou a tiquira e criou o crack"(artigo de José Sarney escrito neste domingo no Ema).