O conceito de representação política, tanto em suas implicações teóricas como suas traduções práticas, é sem dúvida um dos elementos da história política moderna. No Maranhão o sentido do moderno ainda mistura-se ao medieval.
A história mostra as representações autênticas em conluio/luta com as castas sociais. Os partidos dominados pelas elites políticas precisam do elemento povo. Da mesma forma que "os do povo" precisam da engrenagem política.
A convenção que homologou a candidatura do vice-governador a prefeito de São Luís é o exemplo talhado desta simbiose. No patamar para a foto a rainha, duques, marques, condes, viscondes e barões(Roseana, Lobão, Lobinho, Dualibes e Murads).
Na platéia o negro Fábio Câmara que chegou no PMDB com "Auxiliar de Serviços Gerais". Câmara é candidato a vereador em São Luis com o recal de quatro mil votos. Observeio-o atentamente durante a pomposa convenção no "Espaço Patrimônio".
Nos olhos atentos aos discursos, a vontade de dizer o que o povo realmente quer dos políticos. Abordeio-o sutilmente na saída, indagando-lhe o que cobraria de Washington Luís eleito. Rapidamente e com a peculiar linguagem da "universidade da vida" respondeu:
"Eu não cobrarei, mas exigirei a Secretaria da Juventude "inclusiva", que priorize os anseios dos jovens dos numerosos bairros de São Luís. Na outra ponta a criação da Secretaria Portuária, para que a população exija maiores benefícios em razão das exportações".
O problema não está nos partidos, nem nas cores partidárias, mas nas ideologias compreendendo esta como execução de idéias. As idéias das maiorias devem ser as dominates. O papel da ideologia é revelar a exploração de forma concreta.