Friedrich Nietzsche em "Para Além do Bem e do Mal", analisa a sede de poder e tudo que deriva desta paixão. Nesta obra que resume o pensamento do filósofo, consta a visão psicológica dos aspectos religiosos na busca de um ser mais sublime.
Poucos políticos, religiosos ou políticos-religiosos deram-se ao trabalho dessa preciosa leitura. É lamentavel, posto que muitas máscaras e opiniões despencariam, pois segundo Nietzsche "cada opinião é também um esconderijo,
cada palavra também uma máscara".
Holanda Junior, o Holandinha como Nietzsche é filho de um pastor protestante, mas falta-lhe o sopro da criação próprio dos independentes. Para piorar a sua imagem arrumaram-lhe Flávio Dino, como "padrasto eleitoral".
No meio desta confluência neurótica que envolve política/religião/moral, o jovem candidato perdeu a identidade. Por favor quem a encontrou devolva-lhe, antes que Weverton Rocha a furte para manter-se como deputado federal e fugir o cerco da Justiça.
Da imagem do fundo do espelho político a volta do espectro do pai, Edvaldo Holanda que negocia favores a cada eleição e os dedos manipuladores de Roberto Rocha. Razão e revelação misturam-se na candiatura a prefeito de Holanda Junior, o Holandinha.
Marilena Chaui na obra "Política em Espinosa", mostra o pensamento do filósofo a respeito do Teológico-político: " a única verdade da teologia é ensinar a obediência, pois seu ponto de partida é a distinção entre a razão e a revelação, exigindo que a primeira submeta-se a segunda".
TABACARIA(Álvaro de Campos/ Fernando Pessoa, com adaptação por Cesar Bello)
Não sou nada.
Nunca serei nada.
Não posso querer ser nada.
À parte isso, tenho em mim todos os sonhos do mundo.
Falhei em tudo.
Como não fiz propósito nenhum, talvez tudo fosse nada.
A aprendizagem que me deram,
Desci dela pela janela das traseiras da casa.
Fui até ao campo com grandes propósitos.
Mas lá encontrei só ervas e árvores,
E quando havia gente era igual à outra.
Saio da janela, sento-me numa cadeira. Em que hei de pensar?
Tenho sonhado mais que o que Napoleão fez.
Tenho apertado ao peito hipotético mais humanidades do que Cristo,
Tenho feito filosofias em segredo que nenhum Kant escreveu.
Fiz de mim o que não soube
E o que podia fazer de mim não o fiz.
O dominó que vesti era errado.
Conheceram-me logo por quem não era e não desmenti, e perdi-me.
Quando quis tirar a máscara,
Estava pegada à cara.
Quando a tirei e me vi ao espelho,
Já tinha envelhecido.
Estava bêbado, já não sabia vestir o dominó que não tinha tirado.
Deitei fora a máscara e dormi no vestiário
Como um cão tolerado pela gerência
Por ser inofensivo
E vou escrever esta história para provar que sou sublime.
A busca do ser mais sublime de Nietzsche
Tem as máscaras do poema de Fernando Pessoa
A opinião é uma leitura de todas as paixões da vida.