Centenas de grupos
da cultura popular e artistas das áreas da música, teatro, dança, canto coral e
artes plásticas deram uma demonstração de força ao fazer, nesta quinta-feira,
na Rua Grande, a mais animada caminhada desta campanha pela reeleição do
prefeito João Castelo. Ao lado do candidato a vice da coligação “Pra Fazer
Muito Mais” (PSDB/PMN/PRP), Neto Evangelista, Castelo liderou um imenso cortejo
seguido por integrantes de grupos de bumba-meu-boi, tambor de crioula, cacuriá,
dança portuguesa, escolas de samba, blocos tradicionais, tribos de índio,
blocos alternativos e uma galera jovem que manteve a empolgação elevada do
começo ao fim do trajeto.
Durante o percurso,
Castelo soube, extra-oficialmente, do resultado da pesquisa do Ibope, que
apontava uma diferença de 10 pontos percentuais do seu concorrente. A
veiculação do resultado animou ainda mais os manifestantes que cantaram músicas
da campanha e entoaram palavras de ordem. Pouco mais das 19h, o resultado oficial
confirmava a diferença de 10%; ou seja, em comparação com a pesquisa anterior,
houve uma queda de 10% do seu opositor.
À frente do cortejo
os atores Lêda Nascimento, Joel Abreu e Uimar Júnior faziam intervenções
teatrais e chamavam a atenção dos transeuntes. Com faixas em nome das
agremiações carnavalescas, como “As escolas de samba apóiam Castelo”, e “Os
Blocos Tradicionais agradecem ao prefeito Castelo”, representantes destes
segmentos ganhavam a simpatia e a adesão de comerciários e ambulantes. A exemplo
de Raimunda Rodrigues, 51 anos, que mora no Coroadinho e há 25 anos trabalha na
Rua Grande. “Vai ser muito ruim pra cidade isso de querer acabar com o carnaval
que eles querem fazer. Castelo a gente sabe que gosta e apóia os festejos,como
o carnaval e o são João”, disse.
Presidente da
Associação dos Grupos Culturais e Danças Sanfonadas do Maranhão, que reúne os
grupos de quadrilha, cacuriá e dança do côco, Maria de Jesus Câmara, ou dona
Pretinha como é mais conhecida, acompanhou todo o cortejo. Aos 60 anos, ela diz
que vive nesse meio – da cultura popular – desde que nasceu e conta estar com
medo de ver o trabalho de uma vida inteira ficar desamparado. “Ninguém pode ser
contra a alegria do povo, é uma tristeza isso, São Luís não merece, Castelo tem
que continuar”, argumentou.
A ameaça de
enfraquecimento das entidades que fazem a cultura popular de São Luís é também
a preocupação que move a produtora cultural Geisa Moraes, 52 anos, diretora de
carnaval da Favela do Samba, a dar seu apoio a Castelo. “Sempre estive ao lado
de quem cuida da cultura, Castelo mostrou isso como governador, como prefeito e
não podemos ficar indiferente a isso”, sentenciou.
A caminhada fez uma
pausa ao passar em frente aos escombros do antigo ginásio Costa Rodrigues para
manifestar o repúdio da classe artística e cultural pela destruição daquela que
foi uma das principais praças desportivas da juventude de São Luís. O candidato
a vice-prefeito, Neto Evangelista, lamentou a situação que se encontra o
espaço, que foi demolido pelo ex-secretário de esportes Weverton Rocha,
teve a obra de reconstrução paga sem nunca ter sido sequer iniciada. Rocha é um
dos coordenadores da campanha de Edivaldo Holanda Junior.
“Aqui eu fui
campeão de voleibol nos JEMEs várias vezes. A destruição que eles fizeram com o
Costa Rodrigues querem fazer agora com São Luís. Mas o povo vai reagir e não
deixará”, disse Neto.
Castelo agradeceu o
apoio e o incentivo que os diversos segmentos culturais manifestaram ao longo
da sua campanha pela reeleição e disse estar feliz com o reconhecimento do seu
trabalho. “O carnaval e o São João não são festas do demônio, são festas do
povo. Sempre apoiei acultura ao longo da minha carreira, vamos ter uma grande
vitória e acultura será ainda mais prestigiada, junto com a educação e saúde”,
garantiu.
Rocha
nem disfarça o cinismo quando aparece na TV, todo engomado, afirmando
ser contra as “velhas práticas” da política. Não podem existir práticas
mais caducas do que as adotadas pelo Grupo Sarney, do qual ele combatia
com fúria sem trégua. Robertinho só foi eleito com o maior
número de votos para deputado federal em 2006 porque vivia tirando
casquinha do Zé Reinaldo. Falava mal de Sarney em todos os corredores do
Palácio para depois, em 2010, se candidatar a Senador com o patrocínio
do velho amigo da Operação Boi Barrica. Há quem jure de pé junto que até
material de campanha ao Senador foi feito pela equipe do veio Duda
Lambança! Bob encheu os bolsinhos, dividiu os votos e tirou a única
chance na história do Maranhão ter um senador que não fosse comandado
por Bigodon. No final do debate, promovido ontem pela TV Cidade, ele
deixou escapar, como diz Dutra, a catinga de Sarney: “Não se trata de
ser anti-sarney ou não”. Mas é claro. Essa Coca-cola é Fanta e laranja!
Ele não quer que falem do clã, pois é mais cômodo disputar a eleição sem
entrar no debate político. Podem apostar, petistas de esquerda, se
Edvaldinho ganhar essa eleição, vai sentar no colo da Sarneyzada em
menos de três meses! O primeiro a sorrir com os dentes amarelos vai ser
Roberto – que não é “rocha”, nem “pedra”, mas “telhado de vidro”. Abre
os zóios, São Luís!
