O Tribunal de Contas do Estado(TCE) em iniciativa louvável conseguiu que o Tribunal de Justiça do Estado do Maranhão, reformasse a decisão do juiz de primeira instância de Carolina.
O Pleno do TJ em sintonia com os anseios da sociedade civil organizada reformou decisão, que permitiu Ubiratan Juca disputar e vencer as eleições Carolina, com contas rejeitadas pelo TCE.
A importante decisão é um óbice a diplomação em dezembro de Ubiratan Juca, que mesmo "Ficha Suja" ganhou as eleições em Carolina, sob a proteção de liminar do chamado juiz "a quo".
No entanto o mesmo TCE permanece acocorado no julgamento das contas de Alan Linhares de Bacabeira. Linhares teve as contas rejeitadas(cabeludas improbidades)em julgamento do Pleno do TCE.
Em grau de recurso Alan Linhares recebeu nova reprimenda do TCE. O relator Caldas Furtado reprovou as contas do ex-Presidente da Câmara de Bacabeira, que ganhava a "bagatela" de 37 mil reais.
Mais eis que surge um novo pedido de vistas do Conselheiro Raimundo Filho em 21/11/2012. O prazo Regimental para a devolução é de 14 dias ou duas Sessões, portanto vencido.
Espera-se que o venerado Pleno do Tribunal de Contas do Estado consiga ainda em 2012, punir exemplarmente Alan Linhares de Bacabeira, como fez em relação a Ubiratan Juca de Carolina.
Tempo não é problema. Na próxima quarta acontece reunião do Pleno para eleição do Presidente da "Augusta Casa"(TCE). Sobra uma Sessão no dia 19/12/2012, antes do recesso natalino.
A propósito faço o resgate do melhor texto jornalístico a respeito de decisões judiciais. A peróla é da lavra de Erasmo Dias, jornalista de pena inigualável e de elã(impulso) incomum para o seu tempo.
JUSTIÇA W.C.
"Depois
da reunião em Palácio, a que não compareceu o desembargador-presidente,
por ser cosido a ele, no cumprimento das ordens superiores, um pracinha
da nossa guarnição federal, voltou a nossa corte a sua determinação de
praticar o esbulho contra os votos do povo.
E
assim é que, firmando pela manhã, decisão sobre a urna de uma seção que
funcionou em propriedade de um candidato, anulando-a por conter maioria
favorável, ao governador que o povo elegeu, já à tarde, diante de caso
perfeitamente idêntico, resolvia de modo contrário, isto é, validando
urnas de Colinas e do Brejo, cujo resultado era favorável ao Palácio.
Justiça
de dois pesos e duas medidas, que confirma, iniludivelmente, a arguição
de suspeição de um tribunal que, pela sua maioria, embora já reduzida,
se afunda, definitivamente, no conceito público, degradando a função de
julgar, aviltando a toga e desonrando, no cinismo dos desfibrados,
séculos de tradição jurídica.
Justiça de lameiro e de pocilga, onde rebolam suínos de engorda, cevados na ração abundante que o Palácio distribui.
Justiça
de prostíbulo e lupanar, onde sátiros despudorados saracoteiam,
bêbados, na lascívia que a si mesmo lhes provoca a nudez moral a que se
reduziram, para orgia do descaramento e do cinismo.
Justiça de feira e de mercado, onde bufarinheiros da venalidade vendem-se como escravos nas praças de Bagdad.
Justiça
de cubata e de senzala, onde os negros se aprimoram na subserviência,
requintam-se no servilismo e excedem-se na despersonilização.
Justiça
de sentina e de cloaca, onde os azes da corrupção e da peita se
comprazem no aspirar dos gases mefílicos, que lhes inebriam a depravada
sensibilidade.
Justiça, enfim, de um Tribunal onde há juízes cujas iniciais indicam o verdadeiro sentido e legítima significação__W.C."
Justiça W.C!"
O
livro tem artigos jornalísticos que retratam o Maranhão, no período
que antecede ao mando de José Sarney. Lendo tem-se a oportunidade de observar a repetição da história política, como farsa e tragédia.
Convite
ao raciocínio : "ERASMO DIAS E NOITES" é publicação do Sioge,
esgotada mais possível de ser encontrada na livraria POEME-SE, localizada no
Centro Histórico, não encontrando procure o blogueiro pelo telefone 82252120, para empréstimo com compromisso de devolução.
Bem que a Academia Maranhense de Letras poderia fazer o "relançamento". Será que interessa ao confrades e compadres de Sarney? Duvido que a maioria até conheça a obra.