*Dois eitos, II
*Domingos
Dutra
0 companheiro Flávio Dino sente a dor mais doida que
um ser humano pode sentir: a morte de um
filho, adolescente, assassinado pela
ganância do lucro fácil; trucidado
pela mercantilização da medicina; asfixiado
pela negligência com a vida; eliminado
pela omissão do poder pública na fiscalização da indústria da morte em plena
atividade nos hospitais privados.
Estive no velório, enterro e na
missa de mês de Marcelo Dino. Vi o dor de Flávio Dino. Não há receita ou
conselho para superação desta dor silenciosa que corrói a alma, que machuca a
consciência, fazendo transbordar saudades que torturam a alma.
Cada ser humano reage
de uma forma. Alguns, como eu, diante de momentos difíceis, para superar a dor, se embrenham no
trabalho intenso, enfrentando fervorosamente os inimigos dos humildes, envolvendo-se
no convívio dos companheiros de batalhas.
Sem querer aconselhar, se eu
fosse Flávio transformaria o sorriso de Marcelo Dino em armadura na defesa das crianças maranhenses, que
morrem a míngua, vitimas da oligarquia mais antiga e perversa do Brasil. Se eu
fosse Flávio transformaria a juventude de
Marcelo Dino, ceifada prematuramente para lutar
pelos adolescentes maranhenses que cedo se
separam de suas familiais, partindo em busca do ganha pão e acabam como
trabalhadores escravos nos canaviais
de São Paulo; nos feijoais de Minas Gerais ou nas fazendas dos confins do Norte.
Se eu fosse Flávio transformaria este luto em luta sem trégua em defesa dos quilombolas, índios, lavradores, pescadores,
extrativistas, vazanteiros que ainda moram
em casa de taipa; vivem na luz da
lamparina; pescam com jequi e carregam a produção em costa de jegue, eternos
condenados desta oligarquia. Se eu fosse Flávio Dino juntaria os botafoguenses,
vascaínos, tricolores e flamenguistas em uma grande e única torcida pela libertação do Maranhão. Assim, com
certeza, lá do céu, junto aos anjos, Marcelo Dino estará orando por nós!
Em janeiro deste ano, escrevi um
texto denominado Dois Eitos em que
defendi a candidatura de Flávio Dino a prefeito de São Luís, usando a filosofia
matuta pregada por meu Pai, Domingos Rosa, que me ensinava durante as capinas
de roça lá em Saco das Almas, que diante
de um eito de mato bom e de outro de mato ruim, dever-se-ia capinar primeiro o eito de mato bom, pois se começássemos pelo eito
ruim, quando este terminasse, o eito bom teria ficado pior. No meu pouco saber, a eleição de São Luís é o eito bom para
Flávio Dino e para todos nós que sonhamos com um Maranhão livre do Futi. Tive a
impressão que esta tese ganhava terreno quando se abateu sobre Flávio e sua
família a terrível tragédia.
Agora, embora para registro,
ratifico a minha opinião. A eleição de Flávio Dino em 2012 é condição para a
vitória no pleito de 2014. Se Flávio Dino desistir de ser candidato a Prefeito
as eleições de 2014 começam a ser pedidas agora em 2012, pois a sua ausência fragmentará a oposição em São
Luís nas candidaturas de Eliziane (PPS), Tadeu (PP); Roberto(PSB) e Edivaldo
Junior (PTC), embora o discurso ainda seja de unidade. Nesta dispersão, ainda
que remotamente, não pode ser descartada as possibilidade de macaxeira, que
apesar de inexistir como sujeito eleitoral, surpreender com a força de Dilma, o
carisma de Lula, o poder econômico e o uso da máquina pública, prática que o sarneismo
usa há quase meio século. E se este acidente ocorrer como ficarão os partidos
que apoiam Dilma como o PCdoB, PP, PDT, PSB, PTC em um eventual segundo turno
entre Macaxeira e Castelo? Por outro lado, se macaxeira se perder na capoeira,
no segundo turno a candidatura de oposição, terá dificuldades de aglutinar as
demais, a exemplo do que ocorreu em pleitos passados.
A desarrumação dos partidos de
oposição em São Luís contaminará o processo eleitoral nos demais municípios do estado,
anulando o esforço feito até aqui de unidade que possa levar a oposição a
vencer em Santa Inês, Balsas, Timon,
Paço do Lumiar. Barreirinhas, Lago da Pedra, Pedreiras e manter as administrações em
Caxias, Santa Rita, Açailândia, Lagoa Grande, Itinga, Pinheiro, Porto Franco,
Matões, Lago Verde, São Domingos, Morros e até mesmo em Imperatriz, pois é difícil
vencer em 2014 sem a participação do PSDB.
Defendo a candidatura de Flávio
Dino e um vice com estatura política e experiência administrativa que transmita
segurança e confiança capazes de convencerem a população a liberar Flávio a ser
o nosso Governador em 2014.
Na minha modesta opinião, Flávio
Dino, além de ser o nosso candidato a Prefeito para vencer, deve liderar e
antecipar o processo de discussão do pleito de 2014, com atores políticos como Roberto
Rocha, José Reinaldo; Vidigal, Prefeito Hilton, Deoclides Macedo, Prefeito
Ildemar, Madeira, Domingos Dutra, Pastor Porto, Eliziane, Edivaldo Junior e Wadi
Maranhão que podem compor a chapa majoritária.
Se Flávio Dino desistir de ser o
Prefeito de São Luís e havendo o desastre da desunião dos partidos de oposição,
além da malandragem e dissimulações, o chefe da oligarquia é empaltado com o diabo parece
ter a simpatia de Deus, pois a morte de
Jackson e a de Marcelo Dino deixaram a oposição órfã.
*tarefa
de mato a ser capinado
*advogado
e Deputado Federal
Domingos
Dutra, advogado e deputado federal