O grupo político do capitaneado pelo Senador Sarney mantém a hegemonia há meio século no Maranhão. Sarney tem como referência de dominação os Médicis, em Florença, na Itália que por 150 anos exerceram o poder com base no mercenato(patrocínio) .
O clã dos Médicis destacou-se na luta contra a peste negra. Carolimbo de Médici tornou-se o maior médico da europa(século XVI) fundou o Hospital Tozzi Firenze e depois a dominadora Casa de Médici.
O Príncipe de Nicolau Maquiavel é dedicado a Lourenço(II) de Médici, neto de Lourenço de Médici, o Magnífico. Maquiavel queria "dar a faculdade de entender" ao Príncipe sobre exercício e manutenção do poder.
Sarney inícia o discurso redentor como governador na década de 60, modulando a voz entre graves e agudos, em tom poético elaborado pelo inigualável Bandeira Tribuzzi :
"recebo na praça pública o direito de governar o Maranhão, o mandato que recebo tem a marca da luta. O Maranhão não suporta mais a miséria, a angustia, a fome em que o homem de carne e osso é bicho de carne e osso".
Sarney governou o Maranhão de 66 à 71, sob os auspícios da ditadura militar, resultando um conjunto de obras patrocinadas pelos militares, com destaque para a Barragem do Bacanga e a Usina de Boa Esperança em Guadalupe, Piauí.
Sarney chegou a Senado em 1971, saindo apenas para assumir a Presidência da República em 1985, retornando à Câmara Alta 1990, onde permanece até hoje, repetindo discursos circulares sobre o pseudo desenvolvimento do Maranhão.
Ocorre que a bem entonada retórica não funciona mais. O povo cansou de ouvir os discursos anunciando o desenvolvimento. Empregos, fábricas de tecidos, exploração de gás, refinarias, guseirias, aciarias, tudo só no "farias".
J. Kenneth Galbraith em Anatomia do Poder(Edtora Pioneira, página 8) ensina que "o político procura apoio, vale dizer submissão, dos eleitores para que possa permanecer no cargo". Agora como Sarney pode permanecer com "esqueletos desidratados"?