Era o final da decada de 60/ começo dos anos 70 enquanto o mundo se dividia entre os adeptos da contracultura - os primeiros a reagirem ao consumismo/ os últimos como geração ao capitalismo - o Brasil cantava "Esse é um país que vai para frente".
O "Maranhão Novo" de 1974/ ainda vivia os acordes/ promessas do jingle das campanha de 1960 : " novas estradas chegando/ o petróleo jorrando/ é o governo José Sarney". Eu vivi o processo no bairro da Vila Bessa/ próximo ao laboratório cultural da Madre Déus.
Tinha umas reuniões - sempre terminava com música/ bebida - dos "comunistas"/ na casa de um bancário com a presença de Maria Aragão/ Carlos Cunha. Lá moravam dois irmãos com ideologias bem diferentes - um jornalista/ o outro militar - produzidas pelo processo educacional.
O jornalista/ poeta/ advogado formado pela Faculdade de Direito fora um Marista/ o militar/ oficial de graduada patente oriundo da Academia Militar das Agulhas Negras moravam na mesma casa/ conviviam de forma respeitosa/ ainda que tendo opiniões divergentes sobre a política.
Isso foi a prova de que é possível conviver no mesmo ambiente ideologias diferentes. Da mesma forma fica claro a imensa probabilidade da educação influenciar na formação das pessoas. Mas é importante perceber que existe o livre arbítrio/ a opção pela formação civil ou cívico-militar.
É inegável a influência da pedagogia cívico-militar em todas instituições de ensino nos anos 60/70/80. Sob essa forte influência nasceu/ cresceu parte de uma geração "militarizada" que até hoje se reproduz dentro das famílias do Brasil/ Maranhão/ proveta do bolsonarismo como prova a faixa etária.
A divisão - bolsonaristas/ lulistas - tem origem na proveta cívico-militar dos anos 1960/ 1970/ 1980 que não encontra correspondência em 2000/ 2010/ 2020. O problema não está mais nas escolas/ mas nos seios das famílias "militarizadas". É questão de geração produzida pela educação da época.
Quem agrediu por divergência ideológica o Ministro Moraes foi um pai de família/ seguindo as agressões em maior proporção pelo filho/ contra o filho do Ministro/ aplaudido pela mãe/ genro do agressor. Eles são parte de uma geração alienada/ que não conseguiu se reeducar para conviver bem.
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