11 de abril de 2014

O CALDO ENTORNOU NA PANELA DO PDT : HONAISER OU NADA

O caldo entornou na panela do PDT. Os pedetista-lupista comandados por Weverton Rocha dizem : "Honaiser ou nada". Os históricos preferem Deoclides Macedo, os geográficos Rosângela Curado, os topográficos descrevem Sandra Torres como a melhor colocada.

Flávio Dino prefere Elisiane Gama. A "irmazinha" fechava a cabeça da chapa, penetrando em dois nichos eleitorais decisivos : feminino/evangélico. Na impossibilidade de Gama, novamente o Pastor Porto(PPS) como resgate da parceria com o ex-governador Jackson Lago.

Agora imagina se o PT entra na "brigalhada" pela vaga de vice-governador? Flávio Dino cheira o doce perfume do poder. Por onde passa é reverenciado por 37 entre 36 pedetista(PDT); 41 entre 40(PSB) socialistas; 14 entre 13(PT) petistas. Entre os comunistas é Déus na terra.

Em 1965 Sarney tinha esse mesmo cheiro. Depois, segundo o deputado Domingos Dutra virou catinga. Os maranhenses na sua maioria descendentes de negros/índios classificam os odores do corpo como "pixé", "budu", "morrinha", "inhaca". Mas no começo tudo são flores.

Enfim é sexta-feira.

"As flores tem cheiro de morte/as flores de plástico não morrem/ há flores cobrindo o telhado/debaixo do meu travesseiro/há flores por todos os lados/ há flores em tudo que vejo/ as flores de plástico não morrem/ olhei até ficar cansado de ver meus olhos no espelho/chorei por terem despedaçado as flores que estão no canteiro".



Em homenagem ao gênio literário de Charles Baudelaire na obra "As Flores do Mal" : 

As Litanias de Satã.

Ó tu, o Anjo mais belo e também o mais culto,
Deus que a sorte traiu e privou do seu culto,
Tem piedade, ó Satã, desta longa miséria!

Ó Príncipe do exílio a quem alguém fez mal,
E que, vencido, sempre te ergues mais brutal,
Tem piedade, ó Satã, desta longa miséria!

Tu que vês tudo, ó rei das coisas subterrâneas,
Charlatão familiar das humanas insânias,
Tem piedade, ó Satã, desta longa miséria!

Tu que, mesmo ao leproso, ao paria infame, ao réu
Ensinas pelo amor às delícias do Céu,
Tem piedade, ó Satã, desta longa miséria!

Tu que da morte, tua velha e forte amante,
Engendraste a Esperança, - a louca fascinante!
Tem piedade, ó Satã, desta longa miséria!

Tu que, mesmo ao leproso, ao paria infame, ao réu
Ensinas pelo amor às delícias do Céu,
Tem piedade, ó Satã, desta longa miséria!

Tu que da morte, tua velha e forte amante,
Engendraste a Esperança, - a louca fascinante!
Tem piedade, ó Satã, desta longa miséria!

Tu cuja larga mão oculta os precipícios,
Ao sonâmbulo a errar na orla dos edifícios,
Tem piedade, ó Satã, desta longa miséria!

Tu que, magicamente, abrandas como mel
Os velhos ossos do ébrio moído num tropel,
Tem piedade, ó Satã, desta longa miséria!

Tu, que ao homem que é fraco e sofre deste o alvitre
De poder misturar ao enxofre o salitre,
Tem piedade, ó Satã, desta longa miséria!

Tu que pões tua marca, ó cúmplice sutil,
Sobre a fronte do Creso implacável e vil,
Tem piedade, ó Satã, desta longa miséria!

Tu que, abrindo a alma e o olhar das raparigas a ambos
Dás o culto da chaga e o amor pelos molambos,
Tem piedade, ó Satã, desta longa miséria!

Do exilado bordão, lanterna do inventor,
Confessor do enforcado e do conspirador,
Tem piedade, ó Satã, desta longa miséria!

Pai adotivo que és dos que, furioso, o Mestre
O deus Padre, expulsou do paraíso terrestre
Tem piedade, ó Satã, desta longa miséria!

~*~

Oração

Glória e louvor a ti, Satã, nas amplidões
Do céu, em que reinaste, e nas escuridões

Do inferno, em que, vencido, sonhas com prudência!
Deixa que eu, junto a ti sob a Árvore da Ciência,

Repouse, na hora em que, sobre a fronte, hás de ver
Seus ramos como um Templo novo se estender!

Charles Baudelaire

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