14 de outubro de 2010

TERRA DE MURO BAIXO.

A palavra partidos designa igualmente as facções que dividiam as repúblicas antigas, os clãs que se agrupavam em torno de um condottiere na Itália da Renascença, os clubes onde se reuniam os deputados das assembléias revolucionárias, os comitês que preparavam as eleições censitárias das assembléias revolucionárias, bem como as vastas organizações populares que enquadram a opinião pública nas democracias modernas. Esta identidade à partir do nome justifica-se pelo mesmo papel, que é a conquista do poder político e seu exercício.

Apesar da identidade não se trata da mesma coisa, como querem nos fazer crer no Maranhão. Mistura-se tudo e todos de maneiras que neste momento, fica impossível saber em quem confiar, salvo honrosas e raríssimas exceções.

O homem tem no sistema de representação, a sua obra mais perfeita no plano da organização política da sociedade. E os partidos políticos são os aríetes de sua realização. A partir do momento que se transformam os partidos políticos em massa de manobra, ele perde o seu significado.

Partidos políticos com sentido moderno datam de 1850(Estados Unidos).Mas da mesma forma que os homens guardam suas origens, assim também os partidos políticos experimentam as influência da criação. Torna-se tarefa ingrata compreender a diferença de estrutura que separa o Partido Trabalhista Britânico do Partido Socialista Francês, se não forem conhecidas as circunstância do seu nascimento. É impossível analisar seriamente o pluripartidarismo francês ou o bipartidarismo norte-americano, sem voltar às origens dos partidos em cada país.Resumo da ópera é necessário observar da gênese para chegar a evolução.

No Brasil desde o Império, os artífices das instituições imperiais pretendiam estruturar a sociedade civil, pela autenticidade do liberalismo como ideal democrático.

Na República Velha passa a vigorar o regime do partido único, abdicando-se da constituição de partidos nacionais. Veja-se que aqui como alhures não se partia de uma origem genuína. No Império os ideais de liberalismo nos foram impostos, na República Velha abdicamos de partidos nacionais e o empenho de se estruturar a sociedade civil, com base na realidade do povo brasileiro.

Na década de trinta durante o Estado Novo, os partidos políticos não chegam a adquirir expressão ou foram suprimidos diretamente. Após este período o país esteve submetido a regimes excepcionais ou francamente autoritários. Em 1964 introduziu-se artificialmente o bipartidarismo. Olha aí novamente a falta de origem condizente com a realidade.

Veio o pluripartidarismo sem gênese ou amadurecimento. De forma que até agora o que interessa é o pragmático em detrimento ao programático . Pior de tudo a discussão se divide em Governo e Oposição e nos partidos um nome(lulismo) e o partido (petismo).

No Maranhão toda a construção contemporânea gira em torno do Beneditismo, vitorinismo e sarneysmo. Dispensa maiores detalhes essa última construção perniciosa, que conheço de forma endógena e exógena, posto que me disponho a denunciar dentro do cotidiano. Contudo parte desta história que se refere a Benedito Leite e Vitorino Freire merecerá nossa atenção, mesmo porque o paralelo com o personalismo de Sarney, explica muitas situações.


Só para avaliarmos a pequenez da nossa discussão. Apresentam o "choque de gestão" como algo moderno. Governo cercado de técnicos. Isso realmente é coisa de mineiro da República Velha onde desaparece a idéia de representação, governo é questão de competência e saber.

Outro tema disposto como atual é o neoliberalismo que remonta conforme o texto, os idos do Império. Não caiu o muro de Berlim no Maranhão, aqui o muro que é baixo.

Quando o circular entre "choque de gestão" e neoliberalismo, se faz notícia, só me resta a pilhéria.





2 comentários:

  1. Fernando23:18

    perfeito Cesar..as praticas estao em constante giro!

    Nosso queridissimo Pe.antonio Vieira anunciou claramente que quem se apropria dos cargos estatais sao ''Ladrões e ladrões''. 1° por que ocupa o lugar por não ter mérito, furtando assim quem merecia(meritocracia).2° por que que se aproveita de tal circunstancia boa coisa não pensa em fazer, tao logo e evidente o furto do estado.
    abraços Cesar..estamos por aqui acompanhando o seu trabalho

    ResponderExcluir
  2. Anônimo08:36

    Fernando para piorar membros da oposição adotaram a tese hobesiana de "todos contra todos".Iludidos acreditam que Serra ao colocar pesos e contra-pesos, tenderá ao equilíbrio. Não entendem os coitados que o limite do pensamento despótico é a própria alienação do poder. Agem como se acontecesse delegação de poderes. Um abraço, acompanhe, faça críticas e participe. Um abraço

    ResponderExcluir