Conta o anedotário carnavalesco ludovicense o seguinte "causo" : o cantor-compositor AugustoCesar Maia, o "Tampinha" inventou viagem a serviço da CEMAR-MA, em pleno carnaval no ano 1982.
A então esposa Maria Araújo Maia, a "Marizinha" era Secretária do Presidente da Companhia Enegética do Maranhão, o engenheiro recém-formado pela USP Fernando José Macieira Sarney, o "Bomba".
"Marizinha" perguntou ao chefe Fernando Sarney sobre a estranha viagem do marido Tampinha. "Fefé" não entregou o amigo e parceiro de boemia, mas também não confirmou a labuta no período momesco, posto que não sabia da armação de "Tampa".
O carnaval da decáda de 80, em São Luís resumia-se as festas no Lítero, Jaguarema, Montese Clube de Campo e a Praça Deodoro. Duas bandas apartavam ricos e pobres. A Banda do Baixo Leblon comandada pelo finado Nelson Brito e a do Grafite por Airton Abreu.
Uma base burguesa em frente a casa de Gaguinho, o Ernane Sarney era frequentada pela elite do Jaguarema. Tudo era divisão -da praia do Olho D'Agua ao carnaval existiam espaços de ricos e pobres. Quem fugia disto era chamado de "entrosado". Nêgo Nazaré, o "Urubu Socaite" entre os ricos e Marco Antônio Vieira da Silva, o "Escrava Izaura" entre os negros.
Os destroços do Clube Jaguarema representam para os da época a "Queda da Bastilha", de uma sociedada putrefata, segregadora até nos seus momentos de diversão. Por esta razão os bailes do Lítero que misturavam os ricos com a classe média, eram os preferidos da juventude.
Mas voltando ao "causo", no domingo de carnaval "Marizinha" foi com os filhos para a frente da casa de "Gaguinho", o Ernane Sarney. "Tampinha" vestido em um fofão curtia adoidado no mesmo local, mas sem tirar a máscara que lhe permitia o anonimato.
"Tampinha" resolveu tirar sarro com a cara de "Marizinha". Sempre de máscara no rosto, "Tampa" aproximava-se de "Marizinha" entre acrobacias e provocações dizia: "Marizinha do bole, bole, do "pescoço" duro// da "buchecha" mole// galo canta o meu "pé" levanta .
Depois dos versos pornograficos voltava para a "canalha", levantava a máscara e bebia aos borbotões, curtindo com os amigos o espanto da esposa que não o reconhecia vestido e mascarado no fofão. Uma "outra" gostava da molecagem, sempre que "Tampa" levantava a máscara, ganhava "beijo de língua".
Em uma das incursões de "Tampinha" até o local onde encontrava-se a esposa "Marizinha", o então Presidente da Câmara Municipal de São Luís, o vereador Manoel Ribeiro levantou a máscara de "Tampinha", sem que ele percebesse a perda do anonimato.
"Tampinha", sem máscara repetia os mesmos gestos e provocações diante da esposa, versejando pornográfico- "Marizinha do bole, bole do p. duro// da b. mole// galo canta o meu p. levanta", sem se dar conta de que não estava mascarado. Paciente "Marizinha" olhou para o marido e repetiu a frase "Eu te conheço Carnaval".
Augusto Cesar Maia, o "Tampinha" e Maria Araújo Maia, a "Marizinha" separaram-se e viveram felizes para sempre, ou melhor até hoje.