Carlos Brandão*
Em todos os cantos do país, ecoa a repercussão do sucesso que foi o nosso Carnaval. Vai ficar na memória de todos que se entregaram à alegria em seu grau máximo. Um assunto realmente tentador para se abordar. Mas quero deixá-lo como tema para o artigo da próxima semana. Na edição deste domingo, quero escrever sobre algo muito especial. Afinal, já vivemos a Campanha da Fraternidade 2024, que completa 60 anos e traz como tema “Fraternidade e Amizade Social”, com o lema inspirador “Vós sois todos irmãos e irmãs” (cf. Mt 23, 8). Uma grande oportunidade para refletirmos sobre a importância de nos darmos as mãos em prol da igualdade, da liberdade e, acima de tudo, da construção de uma sociedade mais fraterna e compreensiva.
Como cristão convicto, faço questão de abrir esse pequeno espaço para que possamos levantar a reflexão sobre o que a Campanha nos propõe este ano: uma verdadeira conexão com o nosso próximo. Ao reconhecermos uns aos outros como irmãos e irmãs, abrimos caminho para a construção de uma sociedade mais justa, onde a igualdade e a liberdade são valores fundamentais. Aliás, a luta pela igualdade deve transcender as barreiras sociais, econômicas e culturais, para que cada cidadão tenha a oportunidade de desenvolver seu potencial plenamente. Já a liberdade é essencial para o crescimento individual e coletivo, permitindo que todos vivam de acordo com as suas convicções e aspirações.
Em sua mensagem, reverenciando a Campanha, o papa Francisco lembra que “infelizmente, ainda vemos no mundo muitas sombras, sinais do fechamento em si mesmo”. Por isso o tema proposto é tão relevante e de um significado único, que ultrapassa qualquer barreira religiosa. Trata-se de um chamamento para que todos estejamos juntos na erradicação dos conflitos que geram violência e destroem as bases familiares. Família como célula fundamental da sociedade, onde os valores de respeito, amor e solidariedade são cultivados.
Em sua encíclica Fratelli Tutti, o papa descreve amizade social “como uma fraternidade aberta a todos, para além de qualquer limite geográfico, moral; qualquer limite que possa impedir uma relação fraterna”. A luta contra qualquer tipo de preconceito deve ser uma ação contínua. Só assim conseguiremos fazer com que os ensinamentos do Altíssimo estejam presentes em tudo que construímos no dia a dia.
Então, reafirmo o que sempre defendi: fraternidade não é apenas um valor moral, mas também um alicerce para a construção de uma sociedade capaz de superar desafios com resiliência, em favor de um futuro mais promissor para as próximas gerações.
O Estado tem uma participação importantíssima neste processo, agindo como um agente facilitador, promovendo políticas públicas que garantam o máximo de oportunidades iguais para todos, com o compromisso de concretizar ações que fortaleçam as pessoas. É com a união de esforços, a compreensão mútua e a valorização da diversidade que construiremremos um Maranhão cada vez mais fraterno, livre e solidário.
*Governador do Maranhão