O centro de São Luís parou. Mas não foi por causa da chuva, e sim pela imensa corrente de alegria que abrilhantou esta sexta-feira (27), quando o maranhense deu boas-vindas ao tão aguardado São João, depois de dois anos de interrupção por causa da pandemia ocasionada pela covid-19.
O primeiro ato junino, organizado pelo governo do Estado, por meio da Secretaria de Estado da Cultura (Secma), foi com um cortejo, que teve a Praça do Pantheon como ponto de partida.
Concentração e emoção
Ainda na concentração, vários brincantes estavam tomados pela emoção de poder retomar a tradicional festa do folclore do Maranhão.
Dançarina e caracterizada de índia, Noemia Abreu mal conseguia conter a felicidade ao, finalmente, poder vivenciar de novo o momento tão aguardado. “É uma emoção tão grande que eu não consigo nem falar, só sentir.”
“É prazeroso para nós voltarmos depois de uma grande pandemia que assombrou o mundo. É uma felicidade estar aqui festejando o que a gente mais gosta”, disse o brincante do Boi Meu Tamarineiro, Gledilson Calvet.
“Agora a vontade é extravasar, botar tudo que está guardado durante esses dois anos”, falou o também brincante Edilmar Freitas, do Boi de Santa Fé.
Do logradouro, que abriga 18 bustos de personalidades que muito fizeram pela arte do estado, saiu uma verdadeira peregrinação cultural formada pelos bois Upaon-Açu; de Leonardo; de Axixá; de Santa Fé; da Madre Deus; da Fé em Deus; Brilho da Ilha; Novilho Branco; Meu Tamarineiro; da Juventude, de Miranda do Norte; e de Pindaré.
Vibração em todo o percurso
Durante todo o percurso, cerca de 5 mil pessoas saudaram, vibraram e acompanharam os fazedores de cultura. Tão vibrante quanto, e tocando pandeirão, estava o secretário de Estado da Cultura, Paulo Victor, que recebeu do governador Carlos Brandão a ‘missão’ de fazer deste o maior São João do Brasil.
“É dada a largada com muita emoção. O maior São João do mundo está acontecendo agora. Começa hoje e só termina no último dia do mês de julho. Obrigado, governador Carlos Brandão, por acreditar na cultura, acreditar que a cultura vive, que a cultura é essência, que a cultura é a base do nosso povo. Essa é a amostra: mais de 5 mil pessoas acompanhando o nosso cortejo, isto é muita felicidade. O povo do Maranhão agradece”, avaliou Paulo Victor.
Entusiasta do São João do Maranhão, a influenciadora digital Thaynara OG também participou do cortejo e comentou sobre as impressões que teve no calor do momento.
“Sintam essa energia, este é o São João do Maranhão começando oficialmente, agora maior ainda: 60 dias de festa. Olha a alegria desse povo. Depois de dois anos esperando, é disso que a gente precisava. Vamos que vamos para a melhor temporada de São João”, disse a influenciadora.
As ruas percorridas foram: do Outeiro, Grande, do Egito, de Nazaré, da Estrela, da Alfândega, Beco Catarina Mina, rua Portugal, avenida Senador Vitorino Freire, até chegar à Praça da Fé. Fim da linha? Do cortejo sim, mas era apenas o início de uma programação com cantos e encantos juninos que até então eram apenas boas recordações. Estava aberto oficialmente o São João do Maranhão, com direito a corte de fita.
Praça da Fé
Antes das atrações, a primeira-dama do Maranhão, Larissa Brandão, representando o governador Carlos Brandão – que se recupera de um procedimento cirúrgico –, falou da importância da volta da festa junina.
“É contagiante estar com vocês aqui hoje, participando desse cortejo histórico que valoriza a nossa cultura popular. É uma data que marca a retomada da nossa economia, que incentiva a geração de emprego e renda. Estamos muito felizes, e hoje é só o início dessa grande jornada junina de dois meses, com muitas apresentações culturais”, pontuou a primeira-dama.
No palco montado na Praça da Fé, as atrações ficaram por conta do grupo Afrôs; Boi de Nina Rodrigues; Companhia Barrica do Maranhão (20h); Boi da Floresta; e Boi de Maracanã.
Na plateia, a alegria era nítida em cada expressão. No discurso de cada um a certeza de que a importância do São João 2022 vai além da tradição, uma vez que simboliza um reinício depois de uma grave crise sanitária.
“É um privilégio porque a gente está há tanto tempo sem São João, e quando começa é uma euforia. Para gente é maravilhoso”, comenta o estudante Victor Hugo.
“Estar aqui acompanhando a abertura do nosso São João do Maranhão, depois de dois anos sofrendo com essa pandemia, ver o nosso povo feliz, curtindo, é uma extrema felicidade, estou muito grata”, externou a dentista Alicia Muniz.
Eventos do fim de semana
Diferentemente das semanas anteriores, o Maranhão de Reencontros (até então aos domingos) acontece neste sábado (28), a partir das 17h. A última edição das prévias juninas será voltada para o público gospel, com as bandas Fogo e Glória; Regras da Pedra; e Marcados.
No domingo (29), haverá uma intervenção cultural na ponte do São Francisco, intitulada Travessia Junina. O evento terá as participações do Boi de Maracanã; Boi de Nina Rodrigues; e Boi de Ribamar. A concentração será em frente à Reffsa, às 15h.
E na próxima quinta-feira, dia 2 de junho, tem início a programação oficial do maior São João do Brasil, com dois meses de duração nos mais de 70 arraiais em todo o estado. Em São Luís serão pelo menos 20 oficiais, até o dia 31 de julho, fora os de comunidades que terão apoio do governo do Estado.
Enquanto o povo brinca, se diverte a oposição berra, esperneia, critica o investimento sem se dar conta da geração de emprego, renda da imensa cadeia produtiva que envolve a programação do maior São João do Brasil no Maranhão.
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