"estava escutando Brahms na Filadélfia em 1942. numa vitrola pequena. naquela época eu morava sozinho. bebia um vinho devegar e fumava um charuto ordinário. houve uma batida na porta. pensei que fosse alguém para me entregar o prêmio Nobel ou Pulitzer. eram dois sujeitos enormes com cara de burros e grossos.
Bukowski?
é.
mostram o emblema: F.B.I.
nos acompanhe. melhor vestir o casaco. vai se ausentar por uns tempos.
não sabia o que tinha feito, nem perguntei. achei que estava tudo perdido. descemos as escadarias e saímos. cabeças apareciam nas janelas. depois a eterna voz de mulher: ah, lá vai aquele homem horrível! prenderam o cafajeste!
simplesmente não dou sorte com elas!
(Trecho do conto Na cela do inimigo público número um)
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