7 de agosto de 2010

ELE VAI MURAD : ANJO DA GUARDA E ADJACÊNCIAS EM ESTADO DE SÍTIO.

O Anjo da Guarda amanheceu sitiado de carros de som e líderes de aluguel. Reunidos 120 pelegos, sob o comando dos Santos, rezam para que a população dos 57 bairros que compõe o Eixo Itaqui-Bacanga esqueçam o descaso da Governadora e do Prefeito com o espetáculo "Paixão de Cristo" no ano de 2010.

A peça "Estado de Sítio", adaptação do romance "A Peste", de Albert Camus, é um paralelo que se encaixa como cinta-liga no flácido abdome de Ricardo Murad e tintura sobral nas madeixas de Roseana Sarney.

"A pequena Cadiz esta a mercê da Peste que simboliza qualquer político ou partido, a esperança é que o vento do mar traga a salvação para as mortes que sucede com o passar de um cometa. O Governo toma as providências não para combater o mal, mas para espalhar o pânico. O destino do povo não está em primeiro plano, o que incomoda o governo é a impossibilidade de desfrutar dos prazeres que este proporciona.

O Prefeito anuncia as determinações oficiais para a emergência, entram em cena a Peste e sua Secretaria, esta com algumas irradiações espanta o alcaide que se encastela. Uma nova ordem política é anunciada, um programa para impor a ordem e a disciplina baseada no medo e na delação se instala.

O povo tenta fugir para águas livres, águas que lavem, ventos que libertem. Mas todas as tentativas esbarram nas pesadas portas da cidade que, uma a uma, se fecham sobre a esperança de liberdade.

A população oprimida, igualada na mesma sorte, não se aglutina , não se apóia mutuamente. Ao contrário, constitui-se num bando com líderes de aluguel, agindo de acordo com seus interesses, sem priorizar o coletivo, a ponto de negar ajuda aos companheiros.

Os valores mais caros são proscritos. Não deve existir amor, solidariedade, é proibida a contemplação de paisagens, o rosto estúpido dos apaixonados e a ridícula angústia da felicidade.

Enquanto isso na sala de injustiças, uma burocracia levada ao extremo, joga cidadão contra cidadão com base na delação premiada, por isso e ainda pela incompreensão e temor a ordem política mesmo atentando contra o Estado Democrático e as salvaguardas constitucionais, se mantém.
O povo reclama individualmente, nunca como grupo coeso, mas seus argumentos carregados de emoção, levantados em nome dos direitos mais fundamentais, como os de morar sob um teto digno, são derrotados pelo raciocínio frio e cínico do personagem Nada. Nada melhor que associá-lo a João Alberto e suas declarações "o povo gosta de morar em casa de taipa e palafitas".

Entra em cena aquele que promete libertar o povo do jugo da Peste e Secretário. ''Do Lagos'' lamenta: "Éramos um povo, agora apenas massa de manobras". O personagem em que pese a diferença etária e o porte físico enfrenta a Secretaria, aplicando-lhe uns tabefes como diria o saudoso Walter Rodrigues.O povo arranca as mordaças e finalmente grita a uma só voz : "O Senhor é Santo, o Senhor é Santo, Bendito o que vem em nome do Senhor. Hosana,Ozama, Roseana ''.

A Peste é derrotada. Tudo se confunde, Nada o viciado em baralho anuncia o retorno dos antigos governantes, diferente dos antigos porque, "em lugar de fecharem a boca dos que falam, fecham seus próprios ouvidos''.

A peça de Camus, é um anseio de liberdade correspondente ao que o Maranhão vive neste instante, o "dono do mar" e o "dono do lago", rivalizam-se nas águas tripartidas da corrupção, permanência e descaso. Mas como canta Cesar Teixeira '' Com as bandeiras nas ruas ninguém pode nos calar''.





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