Impressionado com o soneto "Vênus" comprei na década de 80 o acervo cultural do esquecido poeta maranhense Assis Garrido.
O romancista Josué Montelo tomou conhecimento da compra e me procurou para saber do meu interesse em revender o acervo.
Para espanto do Mestre/ doei à Casa de Cultura Josué Montelo. A minha impressão sobre Montelo vem da leitura "Os Degraus do Paraíso".
Do acervo ficou a leitura de "Estado de Sítio"(Camus) - a instalação do mêdo - de Montelo( Degraus do Paraíso) - o fanatismo religioso.
O suposto "Estado Jurídico" no Maranhão na ótica literária das obras citadas se resumiria a "instalação do medo e o fanatismo político"?
Não. Existem cargos de desembragadores/ conselheiros/ deputados/ senadores que garantiriam a influência personalista na área de controle.
A ambição não é crime/ sublimada torna-se virtude. Quando "veste-se de autoridade" quase sempre ocorre contradições entre a fala e o agir.
São Luís à Vênus de Garrido - linda/ sensual - a "despertar amores/ louvores/ produzir sóis de liberdade". "Oh minha cidade deixa-me viver....".
Deusa, a teus pés a flor das minhas crenças, ponho!
Mulher, eu te procuro, eu te amo, eu te desejo!
Para a tua nudez, — a gaze do meu Sonho,
Para a tua volúpia, o fogo do meu beijo.
Divina e humana, impura e casta, o olhar tristonho,
Cabelos soltos, corpo nu, como eu te vejo,
Dás-me todo o calor dos versos que componho
E enches-me de alegria a vida que pelejo.
Glória a ti, que, do Amor, cantaste, aos evos, o hino,
Que surgiste do mar, branca, leve, radiante,
Para a herança pagã do meu sangue latino!
Glória a ti, que ficaste, à alma dos homens, presa,
Para a celebração rubra da carne estuante
E a régia orquestração da Forma e da Beleza!
Nenhum comentário:
Postar um comentário