É aparentemente visível o drama existencial do ser Flávio Dino/ ejetado da política para dentro do STF. Dino revela não sentir desconforto em julgar o adversário Jair Bolsonaro : "o julgamento vai se dar com as regras do jogo previsto na lei e no Regimento Interno e com isenção e respeito a ampla defesa". Jogo previsto na lei?
A palavra jogo vazou do inconsciente? Dino no divã sob o olhar de Kierkegaard é a expressão da relação entre a angústia e liberdade de escolha - Dino saiu da política/ mas a política não saiu dele. Kierkegard ensina que "a vertigem de liberdade emerge do desejo do espírito/ freado ante ao abismo da possibilidade".
Ante a legalidade a situação de Dino não é tão confortável/ posto que existe previsão legal à arguição de suspeição no CPP - aconselhou como Ministro da Justiça o atual presidente durante o episódio que gerou a demanda judicial em discussão(254/ IV do CPP). Mas não é tão desconfortável diante da hermenêutica - interpretação.
Os advogados de Bolsonaro estão certos em arguir a suspeição Dino. As regras admitem interpretações e neste caso Dino aconselhou o presidente Lula como Ministro da Justiça e não como membro do STF/ e sua outra decisão contrária ao ex-presidente Bolsonaro foi na mesma instância/ o STF e não em outra. Dino fica no caso.
O STF sente "desconforto" com as supostas "querelas" políticas paroquiais/ nacionais do Ministro Flávio Dino/ incensado a disputar o cargo de Presidente / tendo como trampolim eleitoral os supostos milionários desvios das emendas parlamentares? Nem de toga para saber/apesar de todos serem nomeados por presidentes.
O povo brasileiro/ os maranhenses apesar de não entenderem o que emana do jogo das regras - suspeição/ impedimento - do jogo da política - sucessão/ continuidade - sentem um profundo desconforto ao ler/ ouvir e ver adversários julgando adversários ou ainda os ex-aliados. Leviatã? Ressuscita Thomas Hobbes ou o monstro bíblico?
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