CAMINHOS DE ESPERANÇA
Por Flávio Dino, na Carta Capital
Por duas vezes, cerca de 60% do eleitorado do Maranhão concedeu-me, em primeiro turno, o mandato para gerir os serviços públicos que atendem aos maranhenses.
Embasado nesta legitimidade, desde janeiro de 2015 trabalhamos para enfrentar históricas desigualdades sociais e regionais que atingem fortemente o nosso estado. Nossa luta era para colocá-lo em um ciclo de progresso social em que sempre mereceu estar. O Maranhão é um estado repleto de potenciais, com uma localização privilegiada, pujante logística ferroviária e portuária, próximo do Canal do Panamá, que dá acesso à China e outras potências asiáticas, e dos grandes mercados da Europa e Estados Unidos. Possuímos abundância de boas terras em nosso território, banhadas por águas permanentes. Mas nosso maior patrimônio é o povo trabalhador, que nunca desistiu mesmo diante de todas as adversidades.
As dificuldades ainda existem, mas conseguimos colocar o Maranhão em um caminho moderno e transformador. Para tanto, seguimos a receita de todo bom governo que é procurar reunir os melhores gestores e as melhores ideias. São necessárias boas ideias para planejar uma gestão e uma equipe competente para executar esse planejamento. Mas nada disso é suficiente se o governante perder a conexão que tem com o povo que o conduziu até lá. É fundamental continuar se guiando pelo choro e pelo riso das crianças, pela angústia e pela esperança dos seus pais, bem como pelos sonhos dos jovens. Isto é, só se governa bem com os ouvidos abertos, coração no comando, e não deixando se enganar pelas vozes palacianas e dos poderosos de sempre.
Para tornar a nossa caminhada mais pedregosa, no plano nacional, os últimos sete anos trouxeram gigantescos desafios. Instabilidade política, cassação indevida de uma presidenta da República, prisão ilegal de um ex-presidente interferindo no processo eleitoral de 2018, quadro recessivo, a eleição do pior presidente da história de nosso país e a condução nacional desastrosa de uma pandemia. A sucessão de descalabros nacionais realmente apresentou-se como sério obstáculo a todos os gestores estaduais e locais do Brasil. Certamente um desafio muito maior para um estado com tantos problemas a superar quanto o Maranhão.
Mesmo diante desse quadro hostil, tenho tranquilidade e segurança em dizer que fizemos um governo que trabalhou intensamente pelos mais humildes e obtivemos a construção das maiores redes de direitos da história do Maranhão. Para provar isso, bastaria informar que inaugurei uma rede com mais de 100 restaurantes populares em funcionamento. É a maior e mais capilarizada organização de segurança alimentar do país, com refeições a R$ 1. Bastaria mencionar isso. Mas temos muito mais.
Levamos serviços de UTI para todas as regiões do Estado, preenchendo terríveis vazios assistenciais. Cerca de 400 novas ambulâncias foram entregues para os municípios. Mais de 100 mil famílias foram atendidas com o Vale Gás – um auxílio local para a compra do botijão. Entregamos mais de 50 novos serviços na Saúde, sendo 15 policlínicas para consultas e exames. Quando a Covid veio, foi essa extraordinária rede pública estadual que nos garantiu a menor taxa de mortalidade do país.
Aplicamos 6.000 quilômetros de asfalto, inclusive em vias urbanas, apoiando as Prefeituras. Retiramos o Complexo Penitenciário de Pedrinhas do noticiário internacional por seus crimes bárbaros e hoje as unidades prisionais são referência na ressocialização de detentos por meio do trabalho e do estudo. Na Educação, além do maior salário de professores do Brasil, fizemos mais de 1.400 obras, dentre as quais a entrega de cerca de 100 escolas de tempo integral. Antes não havia nenhuma no Maranhão.
Tudo isso feito sem comprometer a responsabilidade fiscal no nosso estado. Foram 87 meses de salários pagos dentro do mês trabalhado, incluindo o adiantamento de parcelas do décimo terceiro.
Faço este resumo como mensagens de esperança. Há luzes em meio às trevas, e estas passarão. É possível fazer muito pelos que mais precisam, mesmo nas situações mais adversas, como se mostrou agora no Maranhão e em outros estados. Teremos eleições em breve, nas quais várias disputas se entrecruzarão. Uma será a relativa a propostas, e tenho certeza de que o nosso campo nacional-popular terá as melhores. Teremos também a luta sobre subjetividades, em que o extremismo de direita fará uma campanha violenta e assentada em ódios e medos. E nós precisamos, em contraposição, fazer prevalecer a esperança, a alegria, a fé em dias melhores.
Portanto, tenhamos fé em Deus, no Brasil e no humanismo. “É preciso amar as pessoas como se não houvesse amanhã”. Essa é uma lição imprescindível para que possamos vencer as próximas batalhas.
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