30 de junho de 2021

POR QUÊ FLÁVIO DINO ABANDONOU A CAUSA COLETIVA/ A JUSTIÇAZ SOCIAL EM FAVOR DO PESSOAL? A "MOSACA AZUL" DA AMBIÇÃO PELO PODER LHE PICOU E O TIROU DA REALIDADE

O  competente governador Flávio Dino dono de brilhante/ transparente história/ trajetória política abandonou a causa coletiva/ az Justiça Social em favor do pessoal.


A "mosca azul" picou Dino que sonha com a Presidência da República. O sonho é válido/ bom para os maranhenses. O problema como no poema é a realidade local.


Dino distanciou-se na realidade/ não aceita a alternar a liderança/ como Vitorino Freire quer controlar o governo estadual com a intimidade/ força do poder  federal.


Dino tem meia dúzia de aliados mudos com pés de antílopes/ asas de avestruz refrescando-se nos aromados/ voluptuosos seios nus do poder como moscas que viram vermes.

Mosca Azul( Machado de Assis) :

Era uma mosca azul, asas de ouro e granada,
Filha da China ou do Indostão.
Que entre as folhas brotou de uma rosa encarnada.
Em certa noite de verão.

E zumbia, e voava, e voava, e zumbia,
Refulgindo ao clarão do sol
E da lua — melhor do que refulgiria
Um brilhante do Grão-Mogol.

Um poleá que a viu, espantado e tristonho,
Um poleá lhe perguntou:
— "Mosca, esse refulgir, que mais parece um sonho,
Dize, quem foi que te ensinou?"

Então ela, voando e revoando, disse:
— "Eu sou a vida, eu sou a flor
Das graças, o padrão da eterna meninice,
E mais a glória, e mais o amor".

E ele deixou-se estar a contemplá-la, mudo
E tranqüilo, como um faquir,
Como alguém que ficou deslembrado de tudo,
Sem comparar, nem refletir.

Entre as asas do inseto a voltear no espaço,
Uma coisa me pareceu
Que surdia, com todo o resplendor de um paço,
Eu vi um rosto que era o seu.

Era ele, era um rei, o rei de Cachemira,
Que tinha sobre o colo nu
Um imenso colar de opala, e uma safira
Tirada ao corpo de Vixnu.

Cem mulheres em flor, cem nairas superfinas,
Aos pés dele, no liso chão,
Espreguiçam sorrindo as suas graças finas,
E todo o amor que têm lhe dão.

Mudos, graves, de pé, cem etíopes feios,
Com grandes leques de avestruz,
Refrescam-lhes de manso os aromados seios.
Voluptuosamente nus.

Vinha a glória depois; — quatorze reis vencidos,
E enfim as páreas triunfais
De trezentas nações, e os parabéns unidos
Das coroas ocidentais.

Mas o melhor de tudo é que no rosto aberto
Das mulheres e dos varões,
Como em água que deixa o fundo descoberto,
Via limpos os corações.

Então ele, estendendo a mão calosa e tosca.
Afeita a só carpintejar,
Com um gesto pegou na fulgurante mosca,
Curioso de a examinar.

Quis vê-la, quis saber a causa do mistério.
E, fechando-a na mão, sorriu
De contente, ao pensar que ali tinha um império,
E para casa se partiu.

Alvoroçado chega, examina, e parece
Que se houve nessa ocupação
Miudamente, como um homem que quisesse
Dissecar a sua ilusão.

Dissecou-a, a tal ponto, e com tal arte, que ela,
Rota, baça, nojenta, vil
Sucumbiu; e com isto esvaiu-se-lhe aquela
Visão fantástica e sutil.

Hoje quando ele aí cai, de áloe e cardamomo
Na cabeça, com ar taful
Dizem que ensandeceu e que não sabe como
Perdeu a sua mosca azul.


Origem da expressão. O poema Mosca Azul, de Machado de Assis, conta a história de um plebeu que, ao deparar-se com uma curiosa mosca azul, com "asas de ouro e granada", deslumbra-se e passa a sonhar com poder e riquezas, ilusão que acaba comprometendo sua sanidade e seu senso de realidade.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

TENTATIVA DE JUDICIALIZAÇÃO DO PROCESSO POLÍTICO LEVA PRIMEIRA BORDOADA NO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO : DINISTAS DESISTEM DE AÇÃO CONTRA A MESA DIRETORA DA ALEMA

Está claro o processo de judicialização da política maranhense. Os dinistas sentido-se protegidos por togas supremas bateram nas portas do T...