25 de junho de 2011

UMA RELIGIÃO CHAMADA MAIOBA

O som das matracas repete o refrão Maioba é Maioba. "Afinadas a socos e tocadas a murros", estes instrumentos reproduzem o estalar de açoites. A identidade vem do passado escravo do povo maranhense. As "chagas" saem da bela  voz do cantador. Sofrimento e  desejo de liberdade estão entrelaçados em cada toada .

A coreografia é "dançada a coice", com vertiginosa cadência. Os pés esmagam com força o chão das injustiças. Os ombros das índias sacodem sincronizados as matracas em deboche ao que seja poder. Força e atrevimento juntam-se como forma de alegre protesto. Tudo é muito subliminar, passa despercebido. Fica melhor como religião, uma religião chamada Maioba, com "amos", "padrinhos","madrinhas", "boi", "santas" ou "hieródolas".  

Veja na postagem abaixo "MAIOBA É MAIOBA : A "BRUTA DA MAIOBA POSA PARA O BLOG DO CESAR BELLO", como o nosso povo é bonito de forma natural.

Aproveite e leia novela "Maria Arcângela" do jornalista maranhense  Erasmo Dias, presente no livro de Nauro Machado "Erasmo Dias e Noites". O enredo trata de uma paixão proibida entre um cantador de bumba-boi e uma "índia". Pode ser encontrado na livraria Vozes na Rua do Sol-Centro, próximo ao laboratório LIAC.

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