5 de dezembro de 2016

"SEM ELE NÃO HÁ JOSÉ RIBAMAR FERREIRA/ NÃO HÁ FERREIRA GULLAR"

Mais que isso
maranhense
mais que isso
sanluisense
mais que isso
ferreirense
newtoniense
alzirense
meu corpo nascido numa porta-e-janela da Rua dos Prazeres
ao lado de uma padaria sob o signo de Virgo
sob as balas do 24º BC
na revolução de 30

e que desde então segue pulsando como um relógio
num tic tac que não se ouve
(senão quando se cola o ouvido à altura do meu coração)
tic tac tic tac
enquanto vou entre automóveis e ônibus
entre vitrinas de roupas
nas livrarias
nos bares
tic tac tic tac
pulsando há 86 anos
esse coração oculto
pulsando no meio da noite, da neve, da chuva
debaixo da capa, do paletó, da camisa
debaixo da pele, da carne,

combatente clandestino aliado da classe operária
meu coração de menino(Fim do poema sujo)


O poema era sujo por quê rimava azul com cu/ comparava gengiva a bocetinha?
O poema era sujo ao comparar bosta de porco com boca do corpo/ tal qual oráculo?

Mas o que importa o palavrão a esta hora do amanhecer em São Luís do Maranhão ? Já vejo noite para amanhecer/ amanhecer que vai ser dia/ do dia para quanto ser.

O nome ? "Como era o nome dela?
Não era helena nem vera
Nem teresa nem maria
perdeu-se na confusão
de tanta noite tanto dia".

"Sem ele não há José Ribamar Ferreira/ não há Ferreira Gullar".



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